segunda-feira, 12 de março de 2012

O desgaste da relação

Olimpio Guarany
Casamento exige renuncia. Casar sem amor requer um exercicio diário para absorver os defeitos do parceiro até que, quem sabe, se descubram e vivam felizes para sempre. Mas tem o outro gume. O limite de convivência entre o PSB e o PT, que vem de um casamento marcado por interesses circunstanciais, pode se situar, neste momento, entre o abat-jour e o travesseiro.
Nas últimas duas semanas a relação estremeceu porque extrapolaram os limites do ambiente de convivência dos dois. É meio chato quando os vizinhos começam saber dos detalhes das brigas de um casal. Pois bem, segmentos do PT ligaram o desconfiometro achando que foi o pessoal do PSB que vazou o esquema nas licitações da Seinf chefiada por um dos caciques do PT no Amapá. Se a relação já vinha azeda desde que o PT nacional determinou que em Macapá o partido terá candidato à prefeitura, até por força de um acordo pré-eleitoral de 2010, agora piorou com a suspeita de delação, criticas e otras cositas mas. O vatapá que os dois comiam juntos azedou de novo quando senador Capi desferiu petardos que atingiram Dalva Figueiredo, uma das principais lideres do PT, e a gestão da CEA sob dominio dos petistas.
O revide não demorou. Dalva rebateu pela imprensa e já teria preparado um discurso carregado de nitroglicerina pura. Teve quem dissesse que seria mais dossiê, um calhamaço de informações contendo lances escabrosos da administração de Capi. Autoridade para isso não lhe falta. Dalva tem café no bule como costuma dizer, afinal, ela era vice de Capi e o sucedeu no cargo por nove meses.
Ao que sabe o tal discurso não saiu por causa das comemorações do dia Internacional da Mulher, na Câmara. Ficou não se sabe pra quando. Nem se sabe  ao certo se Dalva ainda vai falar. Pelo sim pelo não Capi estourou uma bomba na cabeça de Dalva e no PT. Como todo mundo já sabe dos desencontros entre PSB-PT, não só os vizinhos, não se pode acreditar que pelo tamanho do desgaste haverá reconciliação ou será que pode ocorrer a reedição de 1998 quando o PT local não queria, mas teve que engolir o PSB e trabalhar pela reeleição de governador. Para alguns analistas os dois ficarão, por enquanto, que nem aquele casal que vive de aparências, mesmo dormindo em quartos separados.

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