quarta-feira, 6 de maio de 2015

Um dia no inferno

Olimpio Guarany

Parando para pensar, o fogo do inferno aqueceu, ontem, a panela de Dilma. Tudo que poderia dar de errado, deu. O seu principal aliado, o PMDB, mas parecia um poderoso adversário. Talvez porque um outro aliado, o ex-presidente Lula, tenha dado com os burros n’agua ao aparecer no programa o PT, em rede de televisão, atacando a Câmara por aprovar projeto que retira os direitos dos trabalhadores. Nessa hora o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, saiu do plenário para assistir de camarote o que Lula dizia.  Os dez minutos petistas na mídia foi o tempo suficiente para Cunha, irritado, tirar da gaveta e botar em votação a PEC da bengala que amplia de 70 para 75 anos a idade o limite para aposentadoria dos ministros dos tribunais superiores, STF dentro. Isso retira de Dilma o direito de indicar, nada menos, do que cinco ministros daquela Corte até o final do seu governo. Foi uma derrota acachapante.

Outra pancada na cabeça do PT foi o panelaço registrado em 22 estados brasileiros, justamente no momento de exibição do programa do PT, na televisão. A insatisfação produziu eco. Segundo o panelômetro, a manifestação de ontem foi maior do que a do dia 8 de março.

Mais uma pancada. Em depoimento na CPI, o ex-diretor da Patrobras, Nestor Cerveró afirmou que foi convidado pelo então presidente Lula e pela ministra de Minas e Energia Dilma Roussef para assumir o cargo e, ainda por cima, negou que o PMDB tenha alguma ver com isso. 

Mas, os revezes de Dilma não paravam por ai.O outro tirombaço foi o adiamento da votação das medidas do ajuste fiscal. Até a bancada do PT, partido da presidente na Câmara, recusou-se a garantir os votos para a aprovação do ajuste fiscal. 

Para fechar o dia negro da Dilma, o depoimento na CPI da Petrobras  do delator e ex-diretor Paulo Roberto Costa caiu como um torpedo ao dizer que o dinheiro da corrupção na empresa alimentou a campanha de Dilma em 2010 e que a política de preços  equivocada dos derivados do petróleo, gerou um prejuízo de 60 bilhões. O mais engraçado é que ele começou seu depoimento dizendo que a corrupção na Petrobras é culpa dos politicos. Tá certo que todo mundo diz que politico é ladrão, embora não seja bem assim, mas dizer que só existe um culpado. Ora vá. Não existe corrupção de um só lado. É a tal história do "quando um não quer dois não brigam". Pois bem, a corrupção existe porque existem  corruptor e  corrupto, principalmente servidores públicos do top desse senhor. Em sua fala, Costa ainda disse que empresas não deveriam financiar campanhas políticas porque elas cobram lá na frente. Ora tenha santa paciência, o Brasil tem pensadores melhores do que um corrupto confesso como esse sr. Paulo Roberto Costa.
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Olimpio Guarany é jornalista, economista, publicitário e professor universitário

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