domingo, 27 de novembro de 2016

Fidel, amor e ódio

Eu ainda não existia quando a célebre frase “A História me absolverá” foi dita por Fidel Castro ao ser preso pela ditadura de Fulgêncio Batista, numa das tentativas desastradas de derrubar o regime vigente em Cuba. Por outro lado eu havia desembarcado neste mundo quando Fidel Castro derrubava o governo do ditador Batista. À época quando comecei a me entender e escutar as coisas do mundo, o Brasil fervilhava com a crise politica que antecedeu ao golpe militar de 64. A essa altura eu já acompanhava as notícias pelo rádio. Meu primo Fernando estudava no colégio  Dom Amando, em Santarém-Pa, controlado por uma congregação católica norte americana,  mostrava em casa as fotos de Fidel e Che Guevara. Era um charme para aquela molecada da época, no momento em que o regime brasileiro se fechava e disseminava a propaganda anti comunista. A pequena ilha do Caribe, a primeira possessão espanhola na região, tomava novos rumos. Fidel se desviava dos princípios da democracia, base de seu discurso ao atacar o ditador Fulgêncio, e se alinhava a União Soviética.
O mundo vivia a guerra fria entre Estados Unidos e União Soviética ,uma  a luta entre mocinho e bandido e  a pequena ilha caribenha vivia sob o bloqueio econômico americano e já protagonizava a primeira grande crise que ameaçou a paz mundial. Foi o período em que Fidel permitiu que Nikita Kruchev instalasse misses apontados para a Flórida(EUA). O bloqueio naval determinado por John Kennedy fez a União Soviética retirar as armas de terras cubanas.
Com morte de Fidel Castro essa semana, o mundo ainda vai suscitar muitas discussões sobre a personalidade do líder cubano. A começar pelas relações mais intimas. Fidel nunca compareceu a uma solenidade com a Sra. Castro ao lado, sempre estava sozinho. Galanteador, sempre com panca de conquistador, Fidel chegou a viver 20 anos com duas mulheres, mas o mundo nunca se interessou por esses detalhes pessoais.
Ao incorporar a figura de principal opositor dos Estados Unidos dentro da América, Fidel chama a atenção do mundo. Suas relações com o Brasil sempre foram muito próximas. Sua liderança junto aos países latino americanos era incontestável.
Com o regime cubano cada vez mais endurecido, Fidel foi angariando muitos inimigos. Cubanos que fugiram para a Flórida montaram verdadeiros grupos de resistência ao modelo implantado por Fidel na Ilha. Com uma economia totalmente estatizada, Fidel não permitiu que Cubanos criassem a expectativa de crescimento, daí o êxodo em massa. Cuba está entre as economias menos desenvolvidas da América Latina. Enquanto o continente cresceu em média 1,5% ao ano entre 1956 e 2003 e o Brasil registrou crescimento médio anual de 2,5% no período, Cuba apresentou um índice de 0,4%. Isso põe a economia cubana em penúltimo lugar entre as latino-americanas.
Do lado politico, a propaganda anti castrista ganhou o mundo com o relatório do Cuba Archive, publicado no “Livro Negro do Comunismo Cubano” . Segundo o livro o regime de Fidel foi responsável por 5.775 execuções por fuzilamento, 1.231 assassinatos extrajudiciais, 984 mortes na prisão e 200 pessoas desaparecidas. O total de 8.190 mortos, que se refere apenas a casos documentados, incluindo criminosos comuns, confere à ditadura cubana uma posição mais letal que a de Augusto Pinochet, no Chile, acusada de patrocinar algo como 3 mil assassinatos.

Não há o que se falar em liberdade de imprensa em Cuba. Lá tudo e censurado, ou seja, não tem hoje nem a sombra daquele perfil defendido por Fidel quando derrubou Fulgêncio Batista, em nome das liberdades. Num belo dia Fidel saiu-se com essa ao conceder entrevista a um jornalista. “Se você chama de liberdade de imprensa o direito dos inimigos de Cuba de falar e escrever contra a Revolução Cubana, eu diria que não somos a favor dessa liberdade”.
Amado ou odiado Fidel garantiu lugar de destaque na geopolitca mundial. Agora só resta saber se a história o absolverá.
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Olimpio Guarany é jornalista, economista, publicitário e professor universitário

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

DESTAQUE

Renata Semblano, advogada

 Minhas homenagens hoje vão para Renata Semblano. Uma moça determinada e competente. Macapaense da gema, Renatinha mora há mais de 10 no Rio de Janeiro. Em 2001 foi minha assistente no programa de auditório. Um lance de pioneirismo na Tv amapaense, mas uma vez nos colocou juntos quando ela era a nossa Garota da Internet. Lembro com se fosse hoje, do cuidado e do zelo que ela tinha pela missão que lhe foi confiada. Os olhos azuis brilhavam no video, sorriso largo, voz belíssima, embora tímida, Renatinha não perdia o rebolado quando recebia elogios dos telespectadores. Renata cresceu, estudou e hoje é advogada. Na semana passada celebrou mais um ano. Daqui os meus parabéns com votos de felicidades, saúde e sabedoria.

Ponte para o desenvolvimento


Olimpio Guarany

Essa semana o governador Waldez Goes anunciou a inauguração da ponte do rio Matapí para o dia 12 de dezembro. Que bom que a data foi definida. A liberação da ponte para tráfego é a aguardada com grande expectativa, mas são poucos os que conseguem dimensionar a importância dessa obra.
A análise poderia ocorrer em várias camadas, mas quero me prender à ponte como mecanismo vital para o eixo econômico da região metropolitana de Macapá. Estaria com mania de grandeza falando em região metropolitana? Claro que não. Essa análise passa por uma projeção de futuro. Quem diria que um dia Barueri ou Guarulhos teria sua importância se olharmos São Paulo da década de 1960? Pois é. É assim que eu vejo essa região.
Ao instante em que a ponte do Matapi acaba com o isolamento e integra três municípios - Macapá, Santana e Mazagão - com reflexos em mais dois ao sul,  Laranjal e Vitória do Jari,  nos leva a estabelecer uma projeção para daqui a alguns anos possuirmos uma área metropolitana conurbada ou seja a malha urbana dos três municípios se unindo. E o que mais? Vamos lá. Tome o rio Matapi sem a ponte e olhe para sua margem direita. Imagine aquela imensidão, grandes extensões terras com potencial fantástico para empreendimentos agroindustriais, sem poder ser explorada. Agora pense aquilo com a ponte, considere a extensão até o Vila Nova e você verá muito mais, por exemplo um potencial logístico fluvial que poderá ser utilizado para dar vazão não só ao que se produz por aquelas bandas, mas capaz de escoar a produção do agronegócio bem como servir de suporte de transporte para entrada e saída de mercadorias. Hoje já existem empreendimentos do lado de lá. De criação de peixe em cativeiro a olaria, onde se produz telhas, tijolos produtos que atendem os mercados de Macapá, Santana entre outros. Imagine as carretas trazendo milheiros e milheiros de telhas tendo que atravessar de balsa? Só para citar um exemplo. Com a ponte será uma mão na roda, sem querer fazer trocadilho.
Lá atrás, na campanha de 2002, Waldez defendia a tese de que para o Amapá crescer era necessário se executar um projeto estruturante capaz de aproveitar todo o potencial econômico gerado pelas recursos naturais que o estado possui em abundância, incluindo a província mineral, o potencial agro florestal e da extraordinária localização que nos deixa próximos dos mais importantes mercados mundiais.
Era um sonho, afinal aquela altura só tinhamos a promessa do senador Sarney de que o linhão de Tucurui chegaria por aqui e teríamos energia de qualidade capaz de atender demandas em escala industrial. Veio mais que a encomenda. Alem do linhão outras três hidrelétrica se instalaram por aqui o que nos coloca como estado exportador de energia. Isto quer dizer que temos energia para atender toda a demanda de uma matriz industrial que logo se instalará e ainda  sobra para exportação. Outros mecanismos seriam fundamentais para completar o tabuleiro do tal projeto estruturante idealizado por Waldez. Foi quando novamente a articulação e o prestigio de Sarney entraram em campo e mais dois gols foram marcados: Zona Franca Verde e Zona de Processamento de Exportação.
Ao governo cabe ainda lubrificar toda essa engrenagem, elaborar um bom planejamento, definir o perfil econômico do Estado bem como implementar uma  politica de incentivos capaz de atrair empresas de outras partes do Brasil e do exterior.
De todo modo é certo que o Amapá está começando a trilhar o caminho do desenvolvimento.
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Olimpio Guarany é jornalista, economista, publicitário e professor universitário


segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Buscando uma saída

Olimpio Guarany

Nunca neguei minha formação ideológica de esquerda.  Não de esquerdopata, o esquerdista doentio, fanático. Aquele que acha  que não possui pecado. Que por defender o esquerdismo é alguma espécie de "santo,  tampouco como aqueles que se infiltraram e construíram um discurso "progressista", mas que na prática agem sob o manto da corrupção, despidos de espirito público, detentores de uma visão míope e curta, muitas vezes incapazes de entender o cenário que compõe o mundo atual.
A esquerda do pensamento atrasado foi banida da Europa ainda na década de 80 do século XX. Vide Polônia de Walessa, um desastre na gestão e um descalabro em corrupção. Outros contemporaneous seus como aqueles da cortina de ferro enfeixados na União Soviética que hoje traçam caminhos diferentes daqueles do atraso, sem contar os remanescentes que caíram depois. O renascimento se deu com a social democracia instalada na Alemanha. Uma das agremiações democráticas mais antigas do mundo, o Partido Social-Democrata da Alemanha, nasceu das lutas dos trabalhadores no século 19 para se tornar uma das forças dominantes da política do país. A social democracia não é , portanto, um rebento novo. Há cerca de 150 anos Ferdinand Lassale liderava o movimento dos trabalhadores alemães. Esse mesmo e antigo Partido Social Democrata Alemão, como disse,  inspirado no movimento operário foi capaz de se modernizar ao ponto de colocar a Alemanha na vanguarda do mundo globalizado. Aqui no Brasil só agora, no alvorecer do século 21, a esquerda  disfarçada chegou ao poder para, exatos 13 anos após, ser rechaçada nas urnas. Uma derrota fragorosa. Os números revelam a rejeição a política esquerdista implantada erroneamente no país. Dos mais de 5.500 municipios, o PT e os partidos alinhados à sua esquerda, amealharam pouco mais de 6% dos votos, elegendo só 345 prefeitos. Essa é a prova irrefutável de que a população brasileira votou contra o modelo implantado pelo petismo.
Diante de tamanho fracasso, o PT e outros aliados se mobilizaram, usando a galerinha jovem, às vezes sem formação ideológica, fazendo-a de massa de manobra para ocupar as escolas da rede pública. Pronto. Era a senha que os esquerdopatas queriam dar ao Brasil, do tipo "olha nós estamos aqui. Só que esse expediente mais se parece a atitudes facistas, manipulando adolescentes para atender seus escusos interesses. Tamanha a irresponsabilidade que sequer cuidam daqueles que lhes servem de escudo, daí a morte do garoto em Curitiba dentro de uma escola ocupada.
É certo que boa parte da imprensa acha tudo isso muito bonito e até defende a tese ou endossa o discurso de que "se a escola é para os estudantes, e se nós somos estudantes, a escola, então, é nossa, e podemos invadir. Isso está certo? Até quando os alunos que querem estudar serão prejudicados? E olha que não são a maioria.
O Ministério Público Federal deve se posicionar. Não dá para admitir que até crianças sejam usadas por uma meia dúzia de esquerdopatas querendo marcar posição depois de sofrerem um revés histórico nas urnas. O resultado das eleições, indiscutivelmente, revela que o povo cansou do velho modelo petista que por sua vez manipula uma juventude, na maioria dos casos, desinformada ou despreparada, que serve apenas de instrumento para quem quer encontrar uma saída.
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Olimpio Guarany é jornalista, economista, publicitário e professor universitário.

O segredo da pessoa feliz - Artigo

Dom Pedro José Conti Bispo de Macapá Muito anos atrás, num lugar que pode ser o nosso, também, vivia uma pessoa muito feliz. Cert...