segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Ponte para o desenvolvimento


Olimpio Guarany

Essa semana o governador Waldez Goes anunciou a inauguração da ponte do rio Matapí para o dia 12 de dezembro. Que bom que a data foi definida. A liberação da ponte para tráfego é a aguardada com grande expectativa, mas são poucos os que conseguem dimensionar a importância dessa obra.
A análise poderia ocorrer em várias camadas, mas quero me prender à ponte como mecanismo vital para o eixo econômico da região metropolitana de Macapá. Estaria com mania de grandeza falando em região metropolitana? Claro que não. Essa análise passa por uma projeção de futuro. Quem diria que um dia Barueri ou Guarulhos teria sua importância se olharmos São Paulo da década de 1960? Pois é. É assim que eu vejo essa região.
Ao instante em que a ponte do Matapi acaba com o isolamento e integra três municípios - Macapá, Santana e Mazagão - com reflexos em mais dois ao sul,  Laranjal e Vitória do Jari,  nos leva a estabelecer uma projeção para daqui a alguns anos possuirmos uma área metropolitana conurbada ou seja a malha urbana dos três municípios se unindo. E o que mais? Vamos lá. Tome o rio Matapi sem a ponte e olhe para sua margem direita. Imagine aquela imensidão, grandes extensões terras com potencial fantástico para empreendimentos agroindustriais, sem poder ser explorada. Agora pense aquilo com a ponte, considere a extensão até o Vila Nova e você verá muito mais, por exemplo um potencial logístico fluvial que poderá ser utilizado para dar vazão não só ao que se produz por aquelas bandas, mas capaz de escoar a produção do agronegócio bem como servir de suporte de transporte para entrada e saída de mercadorias. Hoje já existem empreendimentos do lado de lá. De criação de peixe em cativeiro a olaria, onde se produz telhas, tijolos produtos que atendem os mercados de Macapá, Santana entre outros. Imagine as carretas trazendo milheiros e milheiros de telhas tendo que atravessar de balsa? Só para citar um exemplo. Com a ponte será uma mão na roda, sem querer fazer trocadilho.
Lá atrás, na campanha de 2002, Waldez defendia a tese de que para o Amapá crescer era necessário se executar um projeto estruturante capaz de aproveitar todo o potencial econômico gerado pelas recursos naturais que o estado possui em abundância, incluindo a província mineral, o potencial agro florestal e da extraordinária localização que nos deixa próximos dos mais importantes mercados mundiais.
Era um sonho, afinal aquela altura só tinhamos a promessa do senador Sarney de que o linhão de Tucurui chegaria por aqui e teríamos energia de qualidade capaz de atender demandas em escala industrial. Veio mais que a encomenda. Alem do linhão outras três hidrelétrica se instalaram por aqui o que nos coloca como estado exportador de energia. Isto quer dizer que temos energia para atender toda a demanda de uma matriz industrial que logo se instalará e ainda  sobra para exportação. Outros mecanismos seriam fundamentais para completar o tabuleiro do tal projeto estruturante idealizado por Waldez. Foi quando novamente a articulação e o prestigio de Sarney entraram em campo e mais dois gols foram marcados: Zona Franca Verde e Zona de Processamento de Exportação.
Ao governo cabe ainda lubrificar toda essa engrenagem, elaborar um bom planejamento, definir o perfil econômico do Estado bem como implementar uma  politica de incentivos capaz de atrair empresas de outras partes do Brasil e do exterior.
De todo modo é certo que o Amapá está começando a trilhar o caminho do desenvolvimento.
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Olimpio Guarany é jornalista, economista, publicitário e professor universitário


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