domingo, 18 de março de 2018

Dança de rato ou sapateado de catita?

Olimpio Guarany

Faltando pouco menos de 7 meses para as eleições gerais, a disputa para o governo do estado vai ganhando novos contornos, mas o quadro ainda não está definido. Essa semana os bastidores ficaram agitados quando, surpreendente, o PT anunciou que só em junho decidirá que rumo vai tomar. Perguntei a alguns petistas se o fato do partido estar na base do governo não sinalizava o apoio ao projeto de reeleição de Waldez, ao que dois deles me afirmaram que o PT foi chamado para “ajudar” a governar, por causa da competência e preparo de seus gestores. Será? Então, Waldez teria chamado o PT, tendo lhe entregue vários cargos só pelos belos olhos petistas? Difícil acreditar. Em política não é assim que a banda toca. Não existe meio acordo. Com essa desafinada petista posso imaginar que as hostess de Waldez se arrepiaram com essa possibilidade admitida pelo partido. Estaria eu pensando errado sobre a proposta aprovada no encontro do PT de indicar o vice e um nome para suplente de senador, seria uma forma de acenar para Capi, sabendo o PT que Waldez tem preferência pelo nome de Papaléo como vice? Com a possibilidade do PT adiar a decisão sobre que caminho tomar, provocando insegurança no bloco governista, poderia Waldez chamar os caciques petistas para resolver logo essa parada na base do "ai" ou "ui"? O que não se entende é um partido desfrutar do poder, sem que comungue dos objetivos do projeto de quem dá o tom.
Pois bem, a par dessa onda toda criada pelo PT, o PSB se articula de todas as formas para armar uma chapa majoritária e busca, via alto comando petista, reeditar a coligação com o partido de Lula. É claro que para o PSB seria interessante que o PT topasse logo essa composição, mas ele sabe que não é assim que a banda toca. Tal como Capi, Waldez é articulado e tem uma excelente relação com o PT nacional e não vai deixar escapar com facilidade esse “aliado” de agora. Por hora, Capi vai cozinhando o galo, empurrando pra frente a decisão final, se vai ao governo ou ao senado. Por tudo que se tem visto nas movimentações pessebistas, dá a entender que Capi será candidato a governador. O que embaralha a sua cabeça é que o PSB não pode sair sozinho, pois o tempo de TV é pouco e ele sabe que tempo na mídia pode ser decisivo nessa campanha. 
Na outra raia corre Davi (DEM) que é não menos articulado em Brasília. Ao que eu sei, das siglas que estariam no espectro dele, só o PSOL não está seguro. Historicamente o PSOL nunca coligou com partidos de direita - vide eleições de 2010 - quando PSol e PTB registraram a coligação, mas foi dissolvida por ordem dos caciques pessolistas, embora Randolfe tenha feito campanha usando o palanque do PTB. Pelo ritmo dessa dança, tudo leva a crer que o PSOL está mais para coligar com o PSB, com quem tem afinidade ideológica, do que ficar com o DEM de Davi.
Daqui até os últimos momentos antes das convenções vamos saber que ritmo a banda vai tocar.
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Olimpio Guarany é jornalista, economista e professor universitário


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